Por que não voltamos daqui – ela propôs – já é tão tarde e o dia está nascendo nos jardins de Monet.
Então é cedo – ele falou – as árvores de leve concordaram e tudo começou numa tela de Turner.
Arrumaram a casa com Peticov e Klee. Cézanne trouxe as frutas, Van Gogh as noites e Klimt erotizou a terra, que logo se dividiu em planos escherianos e pássaros voando em degradês sobre os casais de Schiele.
Picasso entrou em cena no início da guerra. Dali descobria coisas imprevisíveis, mas Munch já habitava suas entranhas. A casa de Jacek fazia água e os personagens de Magritte entraram em cena, meias-luas pairando sobre o chapéu. Passaram a ignorar perspectivas e Chagall subiu no telhado.
Desse ponto voltaram a Hopper e a solidão campeava solta. O mundo se dissolveu, Miró eclodiu e respingou Pollock. Já não eram dois, mas muitos fragmentos, até que tudo ficou mais complicado por Bardinet e Yvette Jullien. Mabe pôs um fundo final na história deles, que nunca mais se viram.
Tela de Wolfgang Paalen (Áustria). Study of totem landscape.
*Do Contando por Alto.
19 comentários:
Enburrados num canto, Tarsila e Emiliano cultivavam delírios antropofágicos.
Que lindo!!!
Queria uma história de amor assim...claro, sem respingar lágrimas a lá Pollock no final..rs..Muito bom!!!
Beijossssss!!!!!!!!!
Puxa, Jens, coautoria não vale :))))
Beijo.
Vera, gosto muito de ver você por aqui. Beijoss!
Adelaide. Não conheço as obras de muitos pintores que estão na história, mas, já imaginei as "características" e, talvez, escolas e tendências, pela participação deles no enredo...rs
Vou fazer como Jens: de uma porta-janela, apareceram Matisse e Cézanne, trazendo um tom alaranjado para dentro de casa...rs O ambiente ficou mais ameno. Será?
Adoro suas "experiências literárias"...
Beijos.
Dora
Agora eu li direito, e vi que Cézanne já chegou...rssr
Bjs.
Dora
Tudo bem, Dora! Valeu o tom alaranjado, fica tudo mais quentinho.
Beijos.
Então... posso trazer um
pouco de música nessa história (da arte )? É só chamar Mondrian, e seu gosto obsessivo pelo jazz.
Beijo, linda.
Transmissão de pensamento, Crisete. Pensei em Mondrian, embora não no jazz. Mas fica valendo. Essa já é uma obra coletiva ;)
Beijo beijo.
Acho que Goya quando viu a cena se pintou num cantinho, exatamente numa das sombras que Rembrandt lançou sobre a cena.
Adeleide, minha amiga! este seu texto é irresistível! Que maravilha! Passou um filme na minha cabeça com todos estes personagens. Muito, mas muito bom!
Dade, puxa vida, cada vez descubro mais um blog seu (agora foi "Do Contando por Alto") - mais um blogônimo!!! É bom ler alguém assim tão múltipla, e de tão boa qualidade. Amei o texto.
Quando li 'arrumaram a casa', logo pensei na caverna...rs - É uma maravilha quando estamos rodeados por arte e beleza, mas principalmente quando encontramos beleza e arte no outro (e em nós mesmos)! Beijos.
Marco, você é que é um leitor maravilhoso. Beijo e obrigada pela contribuição.
Jana, o que me deixa mais feliz é ter leitores como vocês.
Beijos muitos.
Nanda, você e sua caverna que tem dado tanto pra gente ler. Beijocas, um bom fim de semana.
Dade,
Idéia maravilhosa e bem desenvolvida demais. Como é gostoso ler textos assim inteligentes!
Beijo grande
Obrigadíssima, Milord :)
Beijo e bom domingo.
Que lindooooooooooooooooooooooooo!
:) bom voltar aqui...
beijo
Oi, querida! Bom que você veio. Beijo beijo.
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