quarta-feira

Colagem



Longe daqui há incêndios de ouro
mas a colagem de minhas lembranças
preferiu sempre a paz das águas.

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Sobre Jakob von Gunten, de Robert Walser, enfim traduzido e publicado no Brasil

 O trecho a seguir aparece em  Dica Blooks, Livros, por Toinho Castro, publicado em 19.04.2011

"Dos livros que a gente não leu: Jakob von Gunten, de Robert Walser"

"O livro traz, em primeira pessoa, em forma de diário, a história desse jovem, aparentemente nobre, que decide largar tudo e servir as pessoas. Para isso ingressa numa instituição e lá seus conflitos, seu destino, se desenrola. Naturalmente, como eu não li ainda o livro, não posso falar muito dele. O que me chama em direção a ele são todas as referências que fui acumulando ao longo do tempo. Sobretudo o elogio de outros grandes mestres da literatura, gente que li e admiro e que enxergar em Walser. Uma frase de W. G. Sebald (Os Anéis de Saturno) foi a que mais me apontou na direção do livro: Walser é um visionário das pequenas coisas.
Num mundo onde tudo quer ser grandioso, épico, esse olhar sobre o mínimo, sobre esses componentes às vezes quase invísiveis de nossas rotinas, nos traz à luz. As pequenas coisas trazem revelações e quando alguém, um escritor como Welser, se debrça sobre elas, é importante dar atenção. A publicação de  Jakob von Gunten abre essa oportunidade. Convido todos que já leram Kafka, Robert Musil, W. G. Sebald e tantos outros, a me acompanharem na leitura da obra de Robert Walser."

2 comentários:

Jens disse...

Sorry amiga, não leio mais literatura - tenho pretensão de um dia fazer.
Mesmo assim, tenho duas frases marcantes: a primeira é de um conto de Scott Fitzgerald: "Jim Powell era um boa vida". A partir dai recomendo a leitura do texto "O Boa vida", disponível no livro "Seis Contos da Era do Jazz e Outras Histórias". A edição quente é a que tem o prefácio do editor da extinta Civilização Brasileira, o Enio Silveira.
A segunda lembrança é a frase com que o velho Guima, o bruxo das Alterosas, nos introduz no universo do "Grande Sertão: Veredas", qual seja: "Do demo, não gloso".
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PS: Há quem não me entenda. Você não faz parte do grupo. Obrigado por isto.

Beijo, Adelaide. Sem mais explicações.

dade amorim disse...

Correrei atrás do conto e do livro, amigo Jens. Concordo em que uma boa vida pode abrir caminhos, já que te deixa mais relax e de bem com o mundo. Mas remember: também pode fazer parte dessa boa vida ler coisas que te deem prazer.
Beijo