sábado

Face to Facebook



O engraçado nas chamadas redes de relacionamentos sociais é que os amigos caem do céu, por assim dizer. Quem já era amigo, continua sendo. Quem era mero conhecido, entra na lista e se converte em novo amigo, às vezes com lucro para ambos. Ou não, nunca se sabe, porque algumas dessas pessoas só queriam mesmo engrossar a lista. Existe até quem faça a proposta sem ter a menor ideia de quem você é ou deixa de ser.
No balanço final, quase sempre se ganha.

O que mais incomoda na rede é que existem critérios automáticos para aproximar as pessoas. Como se um robô falasse com você - ou escrevesse, vá lá - propondo coisas, comportamentos e ações. Como se a gente precisasse de animação, fórmulas ou empurrões para se relacionar com alguém. A primeira proposta, às vezes, é uma mensagem que você não mandou. Há redes que tomam a iniciativa sem conhecimento do proponente, que até já desistiu da rede.

Tudo bem, não posso me queixar. Tenho conhecido gente bem legal, e novos contatos nunca fazem mal nenhum, especialmente se não implicam contato físico. Não me entendam mal: quando você ainda não sabe quem é uma pessoa, é melhor ir conhecendo aos poucos, em trocas de palavras. As palavras falam sempre além de seu sentido estrito, mesmo que não sejam inteiramente sinceras. E nas redes, em alguns casos, sinceridade é artigo meio supérfluo. Dá para entender.

A grande vantagem, além dos interesses comuns e das descobertas premiadas, é a chance de encontrar quem mora em outro estado, em outro país, e que na chamada vida real não teríamos a menor chance de conhecer. Em especial quando esse alguém vale muito a pena. No fim das contas, é bom estar no mundo de agora.

25 comentários:

AC disse...

"A grande vantagem, além dos interesses comuns e das descobertas premiadas, é a chance de encontrar quem mora em outro estado, em outro país, e que na chamada vida real não teríamos a menor chance de conhecer. Em especial quando esse alguém vale muito a pena. No fim das contas, é bom estar no mundo de agora."

Acredito que seja assim. Mas, até ver, tenho resistido a todas as solicitações para aderir,pesando até agora, na minha decisão, os aspectos negativos.
Mas não digo "desta água não beberei...".

Beijo :)

Sueli Maia (Mai) disse...

Ainda não aderi. Mas como você disse, há vantagens e desvantagens, assim como no mundo real. Mas sem dúvida, encurta distâncias e quebra formalidades.

Talvez um dia eu me sinta encorajada.. Ai estarei em tua lista.


beijos, Dade, desejo que estejas bem.

Jacinta Dantas disse...

Por enquanto, até por não ter muita agilidade com esse mundo net, vou ficando com o meu blog. Com ele e através dele, tenho estabelecido contatos gratificantes.
E sigo, devagarinho, descobrindo os infindáveis recursos dessa "maquininha" que nos coloca em rede.
Bjs

nydia bonetti disse...

Dade, acho que reproduzimos no mundo virtual o que somos na vida real. Eu por exemplo, sou uma pessoa quase que incomunicável(deve ser um defeito genético - somos uma família de anti-sociais, com algumas exceções), e percebo que repito este padrão no face. Por isso costumo dizer que só através da poesia consigo me aproximar um pouco mais das pessoas. Bendita poesia que me trouxe pessoas que pra quem eu consigo fazer este tipo de confidência. :) E este convívio nas afinidades e diferenças é sempre tão enriquecedor. Somos o que somos, em qualquer tempo, em qualquer canto, em qualquer meio. Mas a proximidade nos faz sempre tão melhores. beijo, querida, feliz com tua melhora.

Obs: Li um artigo estes dias falando das interpretações erradas neste tipo de comunicação. Às vezes um ponto, uma vírgula, uma falha na rede, muda todo o tom da conversa. É mesmo um assunto fascinante, este da comunicação nestes tempos modernos e loucos. :)

Anônimo disse...

Eu já aderi e "desaderi". Sabe como é, o assédio das mulheres estava demais!

dade amorim disse...

Nydia, fui lendo tua mensagem e abrindo um sorriso de orelha a orelha. Sou igualzinha. E é genético mesmo - meu pai era meio ogro, só ficava feliz dentro do escritório, lendo ou escrevendo. Acabou "convertendo" minha mãe, que foi se acomodando a essa situação até perder quase todos os contatos. E eu, filha única, não podia sair muito diferente.
Mas, assim como você, tenho uma crítica mais aguçada para esse estado de coisas, e reconheço que, apesar das limitações e dos automatismos, esta é uma era mais favorável a aproximações que nos enriquecem muito mais do que ficar em casa sem contato com o mundo a nossa volta. E nos ajudam também com mais elementos para autoavaliações, uma visão de mundo mais lúcida, menos preconceituosa e até em termos de cultura e conhecimento.
Agora, acho que podemos dizer com mais propriedade: muito prazer em te conhecer :)

Beijo e obrigada por seu carinho

Melissa disse...

Oi Dade! Entendo o que falas, pois estou tbm na tua rede e é assim que mantemos contato! Concordo que aproximações devem ser feitas devagar, com tato e cuidado, e mesmo numa amizade "virtual", sou a favor do chegar manso!
E te conhecer através das palavras e tuas expressões tem dando um novo olhar às minhas percepções!
Obrigada!
Beijo e boa semana!

dade amorim disse...

AC, também pensei muito antes de embarcar no Facebook. Mas não me arrependi, ao menos até agora. Acho que só é preciso fazer a triagem dos amigos.

Abraço.

dade amorim disse...

Mai, vou ficar feliz de sermos amigas no Face.
Um grande beijo.

dade amorim disse...

É por aí, Jacinta. Vale a pena, contanto que a gente mantenha contato com quem conhece, porque as pessoas que entram na lista dos amigos têm acesso a dados pessoais. Mas não creio que seja muito arriscado. E vale a pena, ao menos por enquanto.

Beijo!

dade amorim disse...

Ih, Chorik, então ignora o convite que te mandei! Não tinha visto teu nome lá no Face. E você, como vai?

Beijo!

dade amorim disse...

Chorik, quem manda ser um gato? :)

dade amorim disse...

Melissa, que bom que podemos ter mais contato e trocar umas figurinhas, não é mesmo?

Beijo grande.

jurisdrops disse...

Oi, Dade:
Acabei de aderir e agora não sei bem como devo proceder. Encontrei por lá vários ex-alunos queridos, avivaram-se lembranças longínquas muito boas, mas o tempo é curto demais... Enfim, depois de alguma resistência, também estou por lá.
Beijos

dade amorim disse...

No começo fica-se assim meio perdida, porque existem indicações e solicitções demais. Mas aos poucos a gente escolhe o rumo que cai melhor e entra por ele sem se abalar como o que ruge em volta. Seja muito bem-vinda, Maria Teresa! E bons contatos.

dade amorim disse...

No começo fica-se assim meio perdida, porque existem indicações e solicitções demais. Mas aos poucos a gente escolhe o rumo que cai melhor e entra por ele sem se abalar como o que ruge em volta. Seja muito bem-vinda, Maria Teresa! E bons contatos.

Vera Basile disse...

parodiando o Gullar lá do Tequila de hj, sou como um bicho transparente à luz das redes sociais...fico meio q paralisada, sem ação mesmo! É muito estranho, e qto aqueles convites de pessoas q eu não sei de onde vieram, pior ainda..rs..fico paranóica e hj em dia não aceito não! Vai saber quem é?! Mas sim, através dos blogs a gnt vai se conhecendo e se afeiçoando, através da arte, da poesia...é um caminho para a inclusão..rsrs
Beijão:)

dade amorim disse...

Tem razão, Vera. Todo caminho pode levar à amizade, a descobertas felizes. E o caminho da poesia é privilegiado nesse ponto. Os blogs, para mim, são um caminho mais plano e acessível.

Beijo grande.

Halem Souza disse...

Dade, como você sabe, saí do Facebook e só agora resolvi retornar (mas aos poucos). E concordo com você neste trecho da sua postagem:

"Tenho conhecido gente bem legal, e novos contatos nunca fazem mal nenhum, especialmente se não implicam contato físico. Não me entendam mal: quando você ainda não sabe quem é uma pessoa, é melhor ir conhecendo aos poucos, em trocas de palavras. As palavras falam sempre além de seu sentido estrito, mesmo que não sejam inteiramente sinceras. E nas redes, em alguns casos, sinceridade é artigo meio supérfluo. Dá para entender".

Claro que dá pra entender. E talvez essa seja a maior vantagem dessas redes. Isso me faz lembrar aquela frase ótima do Millôr Fernandes: "Como são maravilhosas as pessoas que a gente não conhece bem". Hehehe...

Um abraço.

nydia bonetti disse...

Nossa, Dade... Também me fez sorrir. :)Até a história da tua mãe é igualzinha a da minha. E eu achando que ser bicho-do-mato era exclusividade nossa. (risos). Muito prazer em te conhecer também! beijo grande!

dade amorim disse...

Halem, comigo aconteceu isso no Orkut. Mas o Face é bem diferente, há mais autonomia e mais variedade de amigos ou quase isso.
Millôr sabe das coisas. É isso mesmo :))
Beijo.

ju rigoni disse...

Você tem razão, Dade! Nas redes de relacionamento amizade é significante que assume estranhos significados. Aliás, o problema nem são as redes de relacionamento, mas o mau uso que muitos fazem dela. O lado bom é realmente o reencontro de amigos que ficaram perdidos no passar do tempo. E, dizem, alguns escritores vêem nelas uma das modernas ferramentas para a construção de personagens. E haja personagem!...

Bjs, Dade, também estava com saudade. Fiquei feliz em encontrar você por lá, escritora e poeta que muito admiro e com quem "convivo" virtualmente já lá se vão cerca de 5 anos. Eita, que o tempo passa voando... Inté, querida.

dade amorim disse...

Ju, o tempo passa mesmo voando, mas há amigos que vão ficando e, se não se tornam reais por circunstâncias como o distanciamento físico, nem por isso são menos verdadeiros que os reais. Acho que esse é o nosso caso, não é mesmo?
É sempre muito bom entrar em contato com você.

Beijo.

Nilson Barcelli disse...

Como não tenho tempo, não participo em qualquer rede social.
E, por isso, não tenho opinião formada...
Querida amiga, bom fim de semana.
Um beijo.

dade amorim disse...

Nilson, tenho a impressão de que, cedo ou tarde, todo mundo que frrequenta a internet vai acabar se encontrando nas redes. Te espero lá!

Abração.