Não é tudo – ninguém consegue dizer tudo – mas essa mistureba de coisas, pensamentos e seres precisa de alguma forma de expressão. E como os acontecimentos são diferentes entre si, inesperados ou repetidos ou antigos, mas importantes demais para serem esquecidos, têm que ser expressos em textos diferentes. Daí que aparecem crônicas, contos, poemas e miscelâneas que não conseguem calar e não se sentem bem no clima da gaveta.
A ideia de fazer um blog veio de uma amiga – a Glória Horta, que parou de postar faz algum tempo. Foi assim que nasceu o Umbigo do Sonho, em 2003, no Blogger. Em 2005 o Blogger fechou todas as páginas que haviam atingido os 10Mb. O Umbigo migrou para o Movable Type, um provedor pago, até que ano passado o MT quebrou, e deixou os dois últimos usuários “a pé”, sem acesso aos posts que não tivessem sido becapeados. A salvação veio do Blogspot, que é do Blogger, agora bem mais aperfeiçoado e cheio de opções.
Além de veículo de divulgação, o blog oferece a vantagem imensa de um contato quase imediato com o leitor, e os comentários são um jeito maneiríssimo de tomar pé no próprio trabalho, sem falar nas amizades que se ganha e nos talentos que nunca ficaríamos conhecendo sem esse meio de comunicação.
Apesar de gostar (muito) de gente, sou um tipo enrustido, muito pouco pragmático. Desisti de publicar livros, ao menos por enquanto, por várias razões; a principal é que ninguém me ama, ninguém me quer em uma editora. Recebo muitas propostas dessas que levam o delas logo de entrada e depois deixam a tiragem esquecida, sem divulgação nem distribuição – ou seja, pensam nos próprios interesses e querem que o autor se exploda. Reconheço que devia ter vergonha de não correr atrás de um desejo tão verdadeiro, mas sou bicho de concha mesmo. Então faço blogs – cinco por enquanto. Mas penso na possibilidade de um e-folhetim, quem sabe, pra dar vazão à pilha da gaveta.
Esta postagem faz parte da coletiva proposta pela Vanessa, que sempre tem ideias férteis e oportunas. Obrigada pela oportunidade de falar de um assunto que, parece, interessa a todos que escrevem nessas páginas simpáticas e tão populares atualmente.
Os blogs passam de cem milhões na rede, não é incrível?
20 comentários:
Realmente uma idéia excelente a desta menina! Taí um tema gostoso de ser desenvolvido.
Dade, me vi tanto neste seu texto. Como vc, escrevo compulsivamente. Por isso, a necessidade de ter um blog. No meu caso, a interação tb sempre foi mais que importante - o que me fez perder o centro (o que nem é muito dificil no meu caso.)
Mas nunca vou deixar de agradecer ao desconhecido que teve a brilhante idéia de criar este diário de bordo virtual! Não fosse ele, como eu poderia estar te lendo e alimentando certa invejinha desta sua fluência e de seus textos indiscutivelmente literários, né? rs...
Beijo, moça!
Com essa qualidade, nós é que agradecemos por podermos desfrutar do que escreves.
Abraço fraterno.
Opa, muito obrigada por aderir !
abraço
Euza, não sei não, mas tenho um palpite de que não demora você está de volta ;) Tomara!
Beijo.
Eurico, sua opinião é muito importante e abalizada. Obrigada e beijo pra você.
Eu é que agradeço, Vanessa. Continue sempre com as coletivas, viu?
Beijão!
Adelaide amada, finalmente consegui formatar a página da maratona de outono e já está no ar. Vai lá ver.
Beijo querida e tenha um lindo fim de semana.
Lu
Fui ver o outono derramado no Memórias, Lu - está uma beleza. Beijo e sucesso.
Oi Adelaide.
Alguns de nós (eu e você inclusos) escrevemos simplesmente porque é o que sabemos fazer melhor. Trata-se de uma necessidade vital, talvez de origem genética. Bobagem tentar explicar porque a vida nos fez assim. Melhor cantar os versos de Cecília, musicados por Raimundo:
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Um beijo de um irmão das coisas fugidias.
Emocionante, Jens, maninho. Beijo pra você.
Adelaide,
E que bom que o instante e você existem...
Estarei te lendo, em qualquer forma de expressão.
Beijo, querida.
Menina, vc escreve muito bem! Parabéns! E que venha o e-folhetim! Da minha parte, tenho um problema, não tenho paciência para ler artigos muito longos na net, muito embora, em se tratando de livros... eu os devoro,literalmente. O tamanho desse é o meu limite!
Tenha uma boa semana. Abraço.
Cris queridíssima, que bom que você está na rede! Ainda vamos conversar, viu? Beijo e uma semana pra lá de boa.
Laís, a vida é dura. Também prefiro os livros de papel. Mas fazer o quê? \Obrigada pelo incentivo, é importante mesmo. Um beijão e ótima semana.
Adelaide, vejo tanta gente desanimada de escrever e repercutindo isto nos blogues, que quando leio um texto como esse que escreveu, me sinto revigorada! Não lembro como te conheci, acho que foi através do Milton Ribeiro ou foi pela Claire, lembra da Claire? É, a saudade tá batendo forte hoje, saudade daquela blogosfera, sabe? E diante deste texto, fico mais apegada ainda ao seu blogue! Beijus
Luma, minha flor, a blogosfera tem uma história legal e nós fazemos parte dela - não é lindo? Um grande beijo pra você.
:) obrigada viu volte sempre... gostei muito no seu tb..
um beijo
p.s.: coloquei o seu blog nos meus links. :)
Lendo e aprendendo...Não sabia que tinha tido outro Blogger...
Será que é arriscado acontecer novamente de cancelarem os blogs?
Vc é realmente veterana, estou por aqui há pouco tempo.
Interessante...Quem gosta de escrever normalmente é introspectivo, não é?
Concordo com vc, trato meu blog como um livro aberto, sem editor e com resposta imediata.
Também estou participando da blogagem!
Abraços!
Nanda, sinto que concordamos em muitas coisas. Um beijo!
Hi,
I begin on internet with a directory
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