quarta-feira

Sem paisagem



Peticov. Caminhos cruzados.

Uma janela sem paisagem
sonha com tudo que não pode ver
: são mares
luzes longe
o sol
escorregando pelo dorso do mundo.

Se alguma folha cruza o ar
essa janela pensa florestas.
Se ouve uma gota
escuta a chuva
e sua nesga de céu
é o infinito.

Janela sem paisagem
queria tanto ver a estrela da manhã
na luz inda indecisa
da madrugada.


6 comentários:

Regina disse...

Janela humanizada, sem paisagem como acontece com tantos de nós.

Beijo e carinho, Dade.

L. Rafael Nolli disse...

Belo poema, Dade. O poema abriu várias janelas para mim, fico aqui a imaginá-las. Abraços!

dade amorim disse...

Regina, não saberíamos da janela se não acontecesse com a gente.
Beijo beijo.

dade amorim disse...

Obrigada, Rafael.
Um abração.

Lua Nova disse...

Que coisa encantadora, Dade.
Todo mundo tem fases de janela sem paisagem, às vezes extensas e sofridas. Eu mesma já tive as minhas e senti cada palavra dita. Que sensibilidade delicada.
Gostei demais.
Beijokas.

dade amorim disse...

Lua, é sempre muito bom receber um comentário seu.
Obrigada e beijos.