sábado

Face to Facebook



O engraçado nas chamadas redes de relacionamentos sociais é que os amigos caem do céu, por assim dizer. Quem já era amigo, continua sendo. Quem era mero conhecido, entra na lista e se converte em novo amigo, às vezes com lucro para ambos. Ou não, nunca se sabe, porque algumas dessas pessoas só queriam mesmo engrossar a lista. Existe até quem faça a proposta sem ter a menor ideia de quem você é ou deixa de ser.
No balanço final, quase sempre se ganha.

O que mais incomoda na rede é que existem critérios automáticos para aproximar as pessoas. Como se um robô falasse com você - ou escrevesse, vá lá - propondo coisas, comportamentos e ações. Como se a gente precisasse de animação, fórmulas ou empurrões para se relacionar com alguém. A primeira proposta, às vezes, é uma mensagem que você não mandou. Há redes que tomam a iniciativa sem conhecimento do proponente, que até já desistiu da rede.

Tudo bem, não posso me queixar. Tenho conhecido gente bem legal, e novos contatos nunca fazem mal nenhum, especialmente se não implicam contato físico. Não me entendam mal: quando você ainda não sabe quem é uma pessoa, é melhor ir conhecendo aos poucos, em trocas de palavras. As palavras falam sempre além de seu sentido estrito, mesmo que não sejam inteiramente sinceras. E nas redes, em alguns casos, sinceridade é artigo meio supérfluo. Dá para entender.

A grande vantagem, além dos interesses comuns e das descobertas premiadas, é a chance de encontrar quem mora em outro estado, em outro país, e que na chamada vida real não teríamos a menor chance de conhecer. Em especial quando esse alguém vale muito a pena. No fim das contas, é bom estar no mundo de agora.

Poesia é um vício



Passa uma borboleta por diante de mim
e pela primeira vez no universo eu reparo
que as borboletas não tem cor nem movimento,
assim como as flores não tem perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
no movimento da borboleta o movimento é que se move.
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta, e a flor, apenas flor.

Alberto Caeiro

Desperta-dor










 
 
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Olhos de Barro

Pré-lançamento do livro Olhos de Barro, na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Olhos de Barro recebeu menção especial na 3ª edição do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura.

Haverá na tarde de 16 de agosto sessão de autógrafos e diálogos com autores da coleção Orpheu: Edson Bueno de Camargo, José Geraldo Neres e Marcelo Ariel.

Autor: José Geraldo Neres


Tarde de autógrafos

Realizo, Logo Sou, do Mino Oliveira.

Às 17h do dia 14 de agosto próximo
Saraiva Megastore / Shopping Pátio Paulista.