Encontrou-a
assistindo à sessão da tarde com um saco de amendoins na mão.
— Ah, é você
(olhar de desdém). Então, pensou no que eu te disse?
— Não.
— E veio aqui
fazer o quê? Buscar o carro?
— Não. Estou
de moto.
Curto
silêncio.
— Vim olhar
de novo essa casa. Vim...
— Você nunca
se preocupou com a casa. Vivia dizendo que era apertada, que...
— Não
exatamente – ele diz, voltando-se para ela. Não é pela casa.
— Então é o
quê? Os móveis? Vai querer ficar com algum?
— Não. Por
que não vamos ao cinema? Está passando um filme do Almodóvar ali no Estação.
— Já vi. Nem
é tão bom assim – ela respondeu, mastigando sem tirar os olhos da TV.
Ele deu
meia-volta e saiu sem ruído.
21 comentários:
OI, linDADE,
É a tal gangorra do amor, raramente equilibrada...
Beijão e bom fim de semana.
Encontros, desencontros, reencontros e reticências.
Diálogos ou falta deles, cada vez (infelizmente) mais comuns.
Abraços, dade.
bom final de semana.
Há sempre um momento em que se deve escolher entre parar ou prosseguir. Eu não sei muito bem quando é - mas existe....
saudades daqui!
Oi Adelaide.
Nelson Rodrigues manda lembranças, apesar de, rabugento como ele só, ter reclamado que o final poderia ser mais dramático: "o cara deveria tomar soda cáustica esvair-se em urros arrancos dolorosos diante da amada insensível aos seus apelos" sugeriu o anjo pornográfico e trágico (sabe como é o Nelson, né...).
Bom, recado transmitido, missão cumprida.
Beijo.
Sim Cris, é a tal gangorra :)
Beijão.
Mai querida, e a gente sempre acredita que vai dar certo.
Beijo!
Bruna, tudo depende de nós.
Beijo!
Tá certo, Jens, parece mesmo um argumento de NR sem o final típico.
Bj.
Sinto que ele vai voltar, ao menos uma vez. E que ela... continuará não querendo. Tem suas razões. :-)
Delícia de texto, Dade: diálogo curto que cria toda uma situação, iluminando passados.
Leitora sensível e querida que você é, Janaína!
Beijo.
Beleza de continho. Reconciliar é difícil quando chega a esse ponto da indiferença.
Bj
Dade,
muito significativa a cena...parece rotero, adorei!
Ó Guilherme é meu filho, estava conectado com o gogle dele, mas o comentário é meu,,rsrsr
Adriana Karnal
é verdade, Chorik. Mesmo sabendo que nesse campo as coisas não se passam exatamente de modo racional :)
Guilherme/Adriana, adorei o comentário e a pequena confusão foi bem legal.
Beijo beijo.
Meu Deus, esse momento eu não quero nunca mais em minha vida =<
Beijo
Kelly
Mas passa, Kelly :)
Beijo
Um miniconto bem legal. É um trecho de uma história mais longa?
beso
AnaG
Pode até se encaixar, Ana, mas é autônomo mesmo.
Bjins.
Possibilidades...
Excelente Post-Dialogo... gosto muito deles também...
Beijinhos DaDe
Obrigada, viu?
Até já
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