Bilhar. Van Gogh.
Sabe-se a importância da loucura ou o que
se chama de loucura, quando ela é engendradora, mãe da criação em tantos casos.
Exemplo disso é o cara que abandona poderes e dinheiro fácil para viver
dedicado a sua arte e produzir seus parangolés, mesmo apanhando e sendo
discriminado entre seus contemporâneos. Em especial um certo tipo de crítica em
que a frustração e a inveja são os móveis mais atuantes.
Se entregar à loucura e se dar bem com a
crítica às vezes é impossível em vida, a não ser que se encontre alguém tão
abençoado como a doutora Nise da Silveira, desinteressada de tudo que não fosse
a salvação de seus pacientes. As gerações contemporâneas costumam jogar tomates
e pedras – tão aí Oiticica, os Campos e Bandeira, Rosa, Vianna, Rimbaud,
Baudelaire, Van Gogh e tantos outros que não me deixam mentir.
Mas a crítica póstuma
costuma rever as primeiras reações da galera e reconhecer o talento. Muitos
desses loucos frutíferos têm até seguidores que fazem questão de comparar a
própria insânia com a do artista famoso, em quem o excesso de libido e energia
psíquica se metamorfoseou em criação.
10 comentários:
E quantas vezes isso acontece!
Beijo, Dade.
Dade!
Penso que isto é insano. Como quando morre um familiar que foi dotado de um rigor intenso com todos, quando morre "vira" santo.
Lembro de Carlos Drummond, meu companheiro, que saía vendendo livros em escolas. Ninguém o valorizou tanto. Só depois de sua morte.
Horrível, não é?
Beijos
Mirze
as avaliações são, regra geral, a expressão de formas de pensar (que nem sempre de sentir) colectivas raramente genuínas, porque fundadas em pseudovalores que os grupos dominantes instituem na tribo social. por isso, há tantos génios incompreendidos em vida e a quem só a morte vem a conceder o justo reconhecimento.
estranho, o homem, não é?
beijinho, dade!
Difícil definir o que é loucura num país de insanos e de tão pouca memória...
Só a sensibilidade e inteligência de uma Nise da Silveira para enxergar longe o que tantos não veem de perto...
Sim, Ana, quantas vezes, infelizmente.
Beijins.
Quantas vezes é preciso primeiro morrer para depois ser reconhecido. Parece injusto para nós, mas é o mais frequente.
Beijo, Mirze.
Estranhíssimo, Jorge, mas é assim mesmo.
Beijos.
Disse bem, Julieta, um país de insanos e desmemoriado. Ainda bem que alguns fatores resgatam o valor de pessoas injustiçadas em vida.
Abraço.
Não é uma destrinça fácil de fazer... mas em todo o caso vemos exemplos claros dessa loucura artística.
É verdade, mfc.
Beijo.
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