A meu ver, o papel – e atrativo – principal da assombração é que ela
manifesta aquilo que está desde sempre dentro de cada um de nós, mas vive
preso, escondido no porão, trancado a sete chaves porque, uma vez liberado,
faria de nós seres indesejáveis, incapazes de conviver em sociedade e
politicamente incorretíssimos. A figura do estranho, da pessoa ou coisa que
provoca horror ou medo, não seria tão ambígua e atraente se não correspondesse
a alguma coisa com que todos estamos secretamente familiarizados – embora
pensemos sempre nessa coisa como uma entidade com existência própria.
Assombração não é feita para assustar (embora em geral assuste, por uma espécie
de efeito colateral). O estranho existe para nos fazer viver a vida de modo
mais completo, já que viver é muito mais do que pagar contas no banco, namorar
ou ir ao cinema.
8 comentários:
VerDade.
Aliás, jamais entendi por que o medo de assombrações, se seriam elas a comprovação do que ansiamos tanto: a vida além da morte. Certo seria fazer como Hamlet, tentar com elas uma entrevista, ora.
Beijo.
Taí! Se encarássemos a assombração sem sustos ou sobressaltos, viveríamos de maneira muito mais leve e descontraída; ela deve ser o retrato do conjunto de nossas idiossincrasias.
Beijos pra você
Medos e inseguranças dão forma ao medo do sobrenatural, pura lenda.
Beijos, darling.
É dificil abrir as portas do armário e deixar que nossos segredos e assombrações saiam livres e continuarmos nos sentindo seguros.É dificil, mas não impossível para isto é necessário muito amadurecimento e força de espirito.
beijos,
Léah
Penso como voc~e, até certo ponto, Marco. Mas tenho outro conceito de assombração.
Beijo!
Concordo plenamente com essa ideia, Maria Teresa.
Beijo beijo.
É isso, Márcia amiga.
Beijo!
Grande verdade, querida. Amadurecimento é a palavra apropriada.
Beijos.
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