Foto Kris Kros
Era quase um lamento, mas não pedia nada. Na terceira pessoa, ele falava de não ter com quem trocar as opiniões mais importantes e não
receber nunca o olhar ou o simples gesto de uma partilha; da falta que faz um
abraço desses estreitos, que relaxam mais que qualquer sessão de ioga ou medicamento
de última geração. Falava acima de tudo da necessidade que todos temos de achar
quem ouça com atenção nossas preocupações, dúvidas e angústias; de um
semelhante que nos acolha quando de repente o fato de viver sozinho pesa demais
e a tristeza começa a fazer ruir as estruturas que nos mantêm em atividade.
Hoje, relendo as doze linhas desse comentário, vejo um
pequeno poema em prosa. Um poema bem construído, sem açúcar nem afeto, mas sem
amargura. Uma pequena imagem que fala por si, e lembra muito a ultrassonografia
de um feto, com o coração pulsando como uma pequena estrela no meio do corpo,
que ainda não é quase nada, mas sem saber testemunha sua sede de carinho.
8 comentários:
Senti ausência de amargura também, mas carência dessa coisa que não sabemos direito o que é e que existe por dentro desde os primeiros instantes de vida convidando-nos a buscar, buscar, buscar...
Beijo
Um comentário e tanto!
Obrigada pela visita, por aqui fico!
Saudaçoes
Somos fundamentalmente emoção e sentimento... e nunca devemos desconhecer essas características nos outros!!
Beijos,
Muito bem observado, Maria Teresa.
Beijos.
Obrigadinha, Escritora de Arte. SUcesso e um abraço.
Mais uma vez, você está certíssimo.
Beijo beijo.
Que texto sensível e lindo, Dade!
Beijos.
Foi bem inspirado, amiga Luana.
Beijo beijo.
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