Um novo mês antigo
nos assola
e veta outras palavras
como quem pede dos homens
a sanidade.
Os dias cobram passagem
tocam o ombro
em exigência
para o mês que adentrou o
calendário.
Lembro de um homem
sempre em desacordo
deslocado
dentro de um mês futuro
ou do passado.
Ele falava novembros em agosto
e nunca atentou para os dias
senão para os estágios de manhãs
tardes e noites.
Contemplava o sol
raso nascente ou maduro
sabia as poses da lua
e assim era feliz.
Falava como quem sonha
redimido
mesmo perdido
de toda abstração
todos os meses.
10 comentários:
bonito.
lembro do pedro aqui misturando o tempo. ontem, amanhã, hoje. tudo uma coisa só. e aí organizando tudo. e as sequência dos meses. os dias dos anos.
valeu. abraços
Dade:
Talvez seja esse homem que exista em nós, em essência, e que procuramos esconder vigiados pelos ditames do calendário.
Lindo poema!
Beijos
Poema que expressa o que facilmente acontece conosco em relação ao tempo.
Lindo, por sinal, embora um pouco doloroso de ler, por causa de nossa memória frágil e vulnerável.
Beijos nossos.
Realista e assustador para quem tem uma memória a temer.
Beijo.
Maravilha, Dade!
Minha avó era assim. Quisera ser também, mas não herdei este dom. Ela via as horas pela posição do sol.
Acho que essas pessoas são muito mais felizes. Não se importar é o segredo.
Talvez.
Bjos
Mirze
Se a cabeça não segurar, misturamos dias, meses e anos.
Beijo, Dani.
Há sim esse outro lado, Maria Teresa. O calendário é um ditador.
Beijo beijo.
Memória frágil, disse muito bem, Enylton.
Beijo para vocês dois.
Memória a temer é um outro lado dos riscos que nos ameaçam.
Beijo pra você.
Deve mesmo ser muito bom ser capaz de ver as horas pela posição do sol.
A gente em geral olha o relógio, irmão do calendário.
Beijo, querida Mirze.
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