O tema é delicado. Envolve um
tipo de relação humana muito rica e difícil, em que um ou dois adultos resolvem
assumir como filho alguém cujos pais não quiseram ou não puderam criar. Mas é
também importante e necessário, já que pode ser a oportunidade de resgatar o
que se considera o fator maior para o equilíbrio psíquico e afetivo de uma
criança: conviver e sentir a segurança de uma família estável.
Não vou falar do ato legal e burocrático, quase sempre cego e surdo ao coração; é um ato necessário, mas dependente do tipo de racionalidade de quem interpreta os fatos e lida com o texto da lei. Também não se deve esquecer que há manipulações nesse ato, e que o próprio pretendente à paternidade/maternidade pode esconder interesses bem distantes – e até contrários – daqueles do menor que está reivindicando.
Mas a adoção consciente, feita por pessoas que querem dar um destino digno a seus próprios sentimentos e transformar alguém em um filho, é um dos atos humanos mais próximos da idéia de Deus que temos em nós. Nada e ninguém obrigam a isso, e no entanto há quem assuma esse compromisso para toda a vida, diferente de todos os outros; um compromisso mais pesado e mais doce que um casamento, de resultado incerto. Mesmo assim, quem não desanimou e persistiu até conseguir realizar o que desejava, e enfrenta tantas dificuldades até abrir o espaço necessário para que o pequeno estranho seja transformado em filho pelo amor e pelo desejo, só pode ser gente boa, dessa que salva e redime o resto da humanidade.
Ninguém é obrigado a isso, no entanto. Há quem prefira gerar embriões que serão congelados e na melhor das hipóteses prover a medicina de células-tronco. Um destino útil, sem dúvida, mas não a vida do jeito que a conhecemos e experimentamos, do jeito que a desejamos para alguém que se ama como filho. Há outras fontes de células-tronco, que agora a ciência já consegue até duplicar artificialmente.
Acredito que todos temos em nós essa potencialidade de ser pai ou mãe. Se por algum motivo ela não se concretiza num filho biológico, e diante de tantas crianças órfãs, abandonadas e maltratadas pelos pais e/ou pelos estranhos que lidam com elas, é quase instintivo que se procure aproveitar esse espaço para tirar um ou mais desses menores do estado de abandono, dar a eles um futuro digno e uma chance de felicidade.
Não vou falar do ato legal e burocrático, quase sempre cego e surdo ao coração; é um ato necessário, mas dependente do tipo de racionalidade de quem interpreta os fatos e lida com o texto da lei. Também não se deve esquecer que há manipulações nesse ato, e que o próprio pretendente à paternidade/maternidade pode esconder interesses bem distantes – e até contrários – daqueles do menor que está reivindicando.
Mas a adoção consciente, feita por pessoas que querem dar um destino digno a seus próprios sentimentos e transformar alguém em um filho, é um dos atos humanos mais próximos da idéia de Deus que temos em nós. Nada e ninguém obrigam a isso, e no entanto há quem assuma esse compromisso para toda a vida, diferente de todos os outros; um compromisso mais pesado e mais doce que um casamento, de resultado incerto. Mesmo assim, quem não desanimou e persistiu até conseguir realizar o que desejava, e enfrenta tantas dificuldades até abrir o espaço necessário para que o pequeno estranho seja transformado em filho pelo amor e pelo desejo, só pode ser gente boa, dessa que salva e redime o resto da humanidade.
Ninguém é obrigado a isso, no entanto. Há quem prefira gerar embriões que serão congelados e na melhor das hipóteses prover a medicina de células-tronco. Um destino útil, sem dúvida, mas não a vida do jeito que a conhecemos e experimentamos, do jeito que a desejamos para alguém que se ama como filho. Há outras fontes de células-tronco, que agora a ciência já consegue até duplicar artificialmente.
Acredito que todos temos em nós essa potencialidade de ser pai ou mãe. Se por algum motivo ela não se concretiza num filho biológico, e diante de tantas crianças órfãs, abandonadas e maltratadas pelos pais e/ou pelos estranhos que lidam com elas, é quase instintivo que se procure aproveitar esse espaço para tirar um ou mais desses menores do estado de abandono, dar a eles um futuro digno e uma chance de felicidade.
8 comentários:
É verdade...É tão grandioso o amor que não nasce do sangue, mas da alma, e a adoção revela que o amor dispensa consanguinidades.
Beijos,
Dade:
"Transformar alguém em um filho, é um dos atos humanos mais próximos da idéia de Deus que temos em nós" - essa é uma ideia que poderia associar-se a uma pérola perfeita. O ser humano, na sua essência egoísta, torna-se iluminado quando adota uma criança e chega mesmo mais perto de Deus. No entanto, como é longínquo esse trajeto e quanto coisa obstrui a luz no final do percurso...
Beijos
Num texto belíssimo, a realidade aflora. Muitos tem medo por não saber a "índole" da criança. Santa ignorância. Outros escolhem pela cor, mas escolhem. O difícil é este pensamento quase divino de adoção que a minoria tem.
Aplausos, Dade!
Beijos
Mirze
Aqui está um post interessantíssimo que trata um problema de uma actualidade total!
Também concordo que se deve fazer mais pelos que já cá estão... mas as opções são sempre difíceis de tomar e aceito que se pense de forma diferente.
Beijinhos.
Pois é, Tânia, amar uma criança não quer dizer necessariamente ser mãe ou pai biológico. E não é lindo isso?
Beijo grande.
É difícil, é verdade. Nâo se percorre essa estrada sem pensar muito, meditar e decidir sem pressa.
Beijo.
É uma decisão realmente difícil, Mirze. Mas vale a pena salvar uma criança do abandono.
Beijo beijo.
Ninguém pode ser obrigado a adotar uma criança, não é mesmo? Mas se o fizer, dificilmente vai se arrepender, a não ser talvez por irreflexão.
Beijo, mfc.
Postar um comentário