Foto sem menção de autor.
Mais ou menos às quatro e meia da tarde passa um padeiro em
minha rua. A gente sabe que ele está chegando pela buzina poderosa, que se
escuta por todo o quarteirão. Se estou em casa nessa hora, gosto de comprar uns
franceses quentinhos para o lanche.
Mas há alguns dias passei a só descer se dona Carmita não
estiver lá escolhendo seus pães doces e bolinhos, feitos pela mulher do
padeiro, que são mesmo uma delícia. Mas se ela já tiver descido, fico bem
quieta e espero que entre em seu apartamento. Porque dona Carmita fala tanto e
tão alto que já provocou incidentes desagradáveis no corredor, segurando a
porta do elevador enquanto comenta suas vicissitudes familiares, de saúde, e
fala dos preços, dos netos rebeldes, do motorista de táxi que cobrou além do
preço, do médico, da violência. Dona Carmita é dessas pessoas que começa a
falar e esquece de acabar.
6 comentários:
Todos nós precisamos de receptores, uns de uma maneira e outros de outra. Mas há quem, para se satisfazer, careça de esgotar toda a energia dos outros. Há, então, que activar as defesas.
Beijo :)
AH! DADE!
São muitas assim. Acho que é solidão e medo. Será?
Beijos
Mirze
São tão chatinhas!!!
É isso mesmo, AC, às vezes não dá pra aguentar...
Beijo.
É bem provável que seja isso mesmo, Mirze.
Beijosss.
: )) E como!
Beijo.
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