René Magritte. Impossible.
Reminiscência
é uma espécie de janela em que a gente se debruça para dar uma espiada nas
coisas que já aconteceram. Se for uma reminiscência daquelas bem suculentas,
precisa-se de um aposento imaginário onde a gente se isole para poder vivê-la
melhor. Quem sabe um jardim ao ar livre: às vezes a reminiscência cria asas e
se desdobra no que poderia ter sido.
Reminiscências
Abro a
janela
de onde
espio coisas
acontecidas
reminiscências
bem-vestidas
passam
sorrindo por mim e vão embora
outras
que
vêm descalças
entram
no aposento imaginário
onde as
espero.
Deixo
que criem asas
e
algumas se desdobram
coloridas
em
tudo que poderiam ter sido.
Eduardo Galeano – O direito ao delírio
Tomas Tranströmer, poeta, prêmio Nobel de literatura em 2011
Se você gosta de poesia, vá ao link, vale a pena.
6 comentários:
Poema original, Dade, e muito bom.
E quanto a Galeano, muito bem pensado.
Beijo do Ivan
Que lindo, Dade! Tenho vivido momentos assim. Beijos.
Reminiscências poéticas, Galeano e direito ao delírio - esta aí uma janela que não passará.
um abraço, Dade.
Obrigada, Ivan, um beijo.
Muito bom, Nanda!
Beijo dos grandes.
Obrigada, Rejane, e renove o prazer de sua visita.]
Beijo.
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