Imagem da internet sem menção de autor.
Jorge Luís a
encontrou diante da tevê, os cabelos molhados, envolvida num roupão branco,
comendo uma panqueca de frango.
— Oba, saudou.
Cheirava a suor, um
cheiro acre que ele mesmo sentia e o impedia de se aproximar.
— Também quero uma.
Ela esticou o dedo
mínimo na direção da cozinha, sem desviar os olhos do programa.
— Então, foi tudo
bem?
Marlene fez um sinal positivo com o polegar da mão
livre. Estava rodeada de almofadas e um dos pés aparecia, moreno e rosado, de
unhas nacaradas. Jorge Luís sumiu na direção do banheiro e pouco depois ela
ouviu a água caindo do chuveiro. Não demorou. Antes de ir à cozinha ele voltou
à sala e desligou a televisão. Tomou a mulher nos braços e se encaminhou com
ela para o quarto. Ela não protestou: a entrevista estava mesmo terminada, sua
fome satisfeita, a vida ganha, e agora subia de seu ventre a calidez que
prenunciava as grandes noites.
(Trecho de Como se livrar de Glória.)
10 comentários:
Ei, Dade,
Gostei do texto! Ah como eu queria um Jorge Luís na minha vida...
Beijo carinhoso
Não existe mais Jorge Luís.
A não ser que você seja " a outra"
Dade, você escreve bem demais!
Beijos
Mirze
Quem não quer um, Sandra querida?
Beijo beijo.
Obrigada, minha flor!
Beijão.
Leitura gostosa...É isso: boa de prosa e de verso, você, heim, menina?
beijos,
sou de prosa, vc sabe. talvez por isso eu me encante tanto com seus contos. e talvez por isso eu te queira sempre nas coletaneas! :)
recebeu meu convite? tou te aguardando, viu?
beijão
Tânia, escrever é um hábito tão arraigado que quase se torna um vício. Mas se você gosta do texto, só posso te agradecer e ficar bem contente.
Beijo.
Flor das lobas, as intenções são ótimas. Vamos ver se o tempo colabora.
Beijo grande.
Eu adorei! E me vi nessa situação... (risos). Quando meu namorado-marido chega e eu estou vendo tv ou fazendo qualquer outra coisa, não dou muito papo e ele, pacientemente, espera. Vai fazer outras coisas e, quando percebe que estou "livre", me pega de jeitinho e... ui! Amo!
Adoro o jeito que você escreve, Dade!
Beijo do tamanho da água forte!
Não é mesmo gostoso quando isso acontece? Beijão e obrigada, querida.
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