Minha
patroa insiste
: da
flor a água se muda todo dia.
O dia
todo ela fala
(sua
voz me cansa o ouvido)
a flor
não muda e repete
que
mude a água da flor
esquecida
em sua jarra.
A flor
tem que ter sua muda
toda
semana
(ela
nem ouve
as
coisas que eu resmungo).
Se a
flor da jarra não muda
a flor
perde todo viço
eu
sempre aviso
(prefiro
o lado da flor
que ao
menos sofre calada)
– e a flor cada vez mais triste.
Ela diz
que é minha a culpa
ainda
que eu mude a água
e ela
se esqueça da flor.
A flor
já não resiste
e morre.
Dia
desses não aguento
me
livro de flor e jarra
e
procuro uma patroa
que
entenda tanto de flores
quanto
eu.
8 comentários:
Uma fábula em forma de poema, e ao mesmo tempo um manifesto contra patroas e patrões ausentes e insensíveis - tudo que se pensa e não se diz, o que acontece e ninguém ve!
Abraço, querida!
PHC
o segredo está nos dedos, verdade?
beijos!
Dade, adorei o jogo das palavras! E seu cartãolendário chegou? Beijos
Uma alegria ver você aqui, PH!
Beijo e obrigada pela leitura tão completa.
É isso, Jorge :)
Beijo beijo.
Nanda, esse poeminha é bem antigo e estava esquecido. Que bom que gostou.
Beijo.
Talentos que se perdem por falta de quem os veja com atenção devida, assim são as criadas e toda classe D e E por este mundo afora. Pena. O poema fala disso com a graça dos humildes.
Beijo da Kelly.
Obrigada, amiga Kelly.
Beijo pra você.
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