Por que não voltamos daqui – ela propôs – já é tão tarde e o
dia está nascendo nos jardins de Monet.
Então é cedo – ele falou – as árvores de leve concordaram e
tudo começou numa tela de Turner.
Arrumaram a casa com Peticov e Klee. Cézanne trouxe as frutas,
Van Gogh as noites e Klimt erotizou a terra, que logo se dividiu em planos
escherianos e pássaros voando em degradês sobre os casais de Schiele.
Picasso entrou em cena no início da guerra. Dali descobria
coisas imprevisíveis, mas Munch já habitava suas entranhas. A casa de Jacek
fazia água e os personagens de Magritte entraram em cena, meias-luas pairando
sobre o chapéu. Passaram a ignorar perspectivas e Chagall subiu no telhado.
Desse ponto a Hopper foi pouco mais que um passo e a solidão
campeava solta. O mundo se dissolveu, Miró eclodiu e respingou Pollock. Já não
eram dois, mas muitos fragmentos, até que tudo ficou mais complicado por
Bardinet e Yvette Jullien. Mabe pôs um fundo final na história deles, que nunca
mais se viram.
11 comentários:
Só mesmo Mabe pra acabar com isso...
Bom e ilustrativo, Dade.
Beijos pictóricos
Ivan
Gostei desta tela de sentidos. Um beijo, Adelaide e saudades.
A escolha foi acidental, Ivan, não tenho nada contra Mabe :D
Beijo
Helena, você é autoridade inconteste nesse assunto. Obrigada pelo comentário.
Beijos.
Adelaide,
muito legal!
E quem conhece minimamente os pintores sabe que eles entram na história com seus estilos. Seu conto é uma pintura!
Carpe diem. Aproveite o dia e a vida.
Marco, você sempre me dá muita alegria com sua presença e seus comentários generosos.
Beijo e bom fim de semana.
Fá
Brilhante,gostei muito...do texto e continuo gostando da escritora e pintora.
Fá
Brigadim, Fá!
:D
Beijins
Foi como artista plástico que o li. Muito bom. E com esse cenário transnacional que é a arte.
Abraço, Dade.
Palavra de especialista. Obrigada mesmo, Marcantonio.
Abraço pra você.
quello che stavo cercando, grazie
Postar um comentário